Menos de dois meses separam o povo brasileiro das urnas. O momento mais emblemático de uma Democracia, em que os governantes do país são escolhidos para guiarem a nação na esperança de que seja por novos e melhores rumos. Todavia, nesse período tão especial para qualquer nação democrática, mas especialmente para o Brasil, que atravessa a pior crise de sua história, não se tem visto ou ouvido qualquer discussão (ou mesmo proposta, isolada que seja) efetiva sobre as possíveis soluções para se tentar salvar o país de cair no abismo infindo de uma profunda calamidade social.
Não se pode conceber que os candidatos, às vésperas de um pleito eleitoral de tão grande magnitude, não apresentem propostas para solução dos problemas essenciais do Estado. Propostas que sejam claras, tangíveis e factíveis, e que, uma vez eleitos, assumam o compromisso de cumpri-las eficazmente.
Educação, saúde e segurança são apenas três dos grandes nós-górdios que arrastam o país para a mais completa e perigosa desordem social, mas que sequer têm sido objeto de considerações por parte dos candidatos, em um total descaso para com a sociedade, que se limita, tal qual fantoche, a ser conduzida ordeiramente em seu berço esplêndido.
Deve-se ressaltar que propostas genéricas, absurdas e ilógicas não podem ser consideradas válidas para efeito de análise por parte dos eleitores. Daí a necessidade de debates sérios e reais com os candidatos, onde as suas propostas possam ser analisadas e questionadas de forma efetiva, sem partidarismos ou ideologias, mas em nome de se buscar criar um Brasil melhor para todos.
As crises nos setores referidos, para citar apenas estes, não se resolverão com meras palavras, senão com compromisso sério e medidas concretas, sem imediatismos ou milagres, mas precisam sim ser debatidas e as propostas apresentadas por todos que lançaram seus nomes para escolha popular.
Os eleitores não podem se conformar com as propostas falaciosas de sempre, sendo necessário questionar com que meios o candidato poderá dar cumprimento às mesmas, uma vez eleito. Há mais, porém, os eleitores precisam acompanhar o desempenho dos candidatos eleitos após o início de seus mandatos, verificando se efetivamente estão cumprindo as propostas a que se vincularam.
Como os atuais candidatos já são os mesmos de outrora, não custa nada aos eleitores realizar pesquisa sobre eventuais propostas que fizeram em eleições pretéritas e se de fato as cumpriram.
Todavia, para aqueles que não dispõem de tempo (ou oportunidade) para pesquisas, a observação da atual situação do país é uma alternativa, não havendo necessidade de se aprofundar em pesquisa alguma. De fato, a realidade porque passa o Brasil, às escâncaras, já mostra per si o que os atuais (candidatos) políticos realizaram. Assim, pode-se inferir que a análise da realidade atual do Brasil se torna elemento fundamental como condutor do voto para as próximas eleições.