Semana passada falei sobre retrospectiva, afinal mais um ano se encerrava, como de fato se encerou! Hoje, 04 de janeiro de 2018, é importante tratar da perspectiva ou do que se espera deste novo ano, ou ainda do próprio futuro do país. O marco penso que serão as eleições para deputados estaduais, federais, senadores, governadores e para presidente da república.
Se se pensar que as eleições ocorrerão apenas em outubro, posso afirmar que dez meses separam o povo brasileiro da decisão que deverá tomar e que impactará no destino da nação. Nesses dez meses, como de praxe, o povo será aliciado por candidatos que buscarão ser contemplados com o voto no dia das eleições. Não faltarão promessas, propostas, inclusive indecorosas e por vezes falaciosas. Serão dez meses cruciais, como se vê!
Será um período de tempo para se pensar, para se refletir sobre as transformações sociais que vêm ocorrendo. A Lava Jato e tantas outras “operações” passam, em certa medida, o Brasil a limpo. Em certa medida porque muito ainda há por fazer, em muitos recantos o crime e a impunidade ainda imperam, como se nada estivesse acontecendo. Muitos ainda não acreditam que o Brasil está mudando de rumo, justamente porque também os desmandos continuam a ocorrer a olhos vistos. Daí que esses dez meses se revestem de uma grande essencialidade, pois cada brasileiro terá a oportunidade de refletir bastante antes tomar a decisão das urnas. A questão, assim, é como escolher o candidato mais apropriado para as vagas que se abrirão.
Muitos se apresentarão como salvadores da pátria, o que é deveras perigoso, em especial quando apresentam propostas genéricas demais, como de melhorar a saúde, a segurança e a educação, por exemplo. É que o problema, ou os problemas, todos indistintamente os conhecem, porém como resolvê-los é o grande desafio que precisa ser enfrentado e debatido por cada candidato.
Da mesma forma não adianta simplesmente dizer que o problema da educação é a falta de escolas. É preciso comprovar com um conhecimento técnico-científico, que passa pela análise estatística, que efetivamente a construção de escolas resolverá o problema da educação, mas não só, é preciso também informar de onde sairão os recursos para as obras, instalações, manutenção e de pessoal, como professores, etc.
Não se pode permitir que ninguém brinque com a política (ou de político), pois é através da política (ou dos políticos) que os problemas sociais podem/devem ser resolvidos. Assim, os candidatos a serem escolhidos pelo eleitor devem sim comprovar conhecimento e competência, além, é claro, que possuem uma conduta ética e ilibada que os habilite a disputar as eleições, a assumirem o compromisso com a sociedade que irão representar.
Os candidatos não podem ser escolhidos, pois, por serem “políticos experientes”, ou por “terem muito dinheiro e não precisarão roubar”, ou simplesmente “por ser um nome novo”, ou “por não ter outro para votar”, ou ainda, “por repúdio”, etc. etc.
Votar é algo sério demais para se desprezar a oportunidade, mesmo que seja para votar nulo ou em branco, o que é importante é dar o voto de forma consciente e livre, sabendo-se em quem se votou ou por que se votou.
Nessa perspectiva de 2018, espera-se que o povo aprenda a escolher melhor seus candidatos, partindo sempre de duas análises: a primeira, referente aos aspectos subjetivos, que leva em conta a própria pessoa do candidato em si, suas condutas e seus valores; e a segunda, os aspectos objetivos das propostas que o candidato apresenta, da sua viabilidade fática, jurídica e econômica, destacando a repercussão social positiva do eventual implemento dessas propostas. Deve ser observado, nesse toar, que escolher seus representantes vai muito além de um simples apertar de botões em uma urna eletrônica.
*Texto publicado originalmente na edição do dia 04 de janeiro de 2018 do Jornal O Dia