O que há em comum nestes três eventos que encabeçam este artigo? A princípio se poderia afirmar que um caos generalizado toma conta do Brasil, afinal o país corre o risco de ter mais um Presidente a responder a um processo de impeachment, acusado que é de prática de crimes comuns e de responsabilidade, o juiz federal Sergio Moro condenou o ex-Presidente Lula a 9 anos e 6 meses de prisão, por corrupção passiva, tornando-se o primeiro ex-mandatário maior da nação a sofrer uma condenação criminal e, por fim, foi aprovada a Reforma Trabalhista, sob marchas e protestos nas ruas, que alterou cerca de uma centena de dispositivos da Consolidação das Leis Trabalhistas, que vigia desde meados do Século passado. Tudo isto, em apenas uma semana, demonstra a situação de crise que o país atravessa!
Mas é preciso analisar todos estes episódios com outro sentimento, não de caos e desordem, mas de esperança por um porvir menos catastrófico e com a certeza de que há no Brasil uma Democracia bem institucionalizada.
De fato, em que pesem as muitas críticas ao sistema democrático brasileiro, que demanda urgente uma reforma política, não se pode deixar passar à margem que nos três episódios citados houve a participação direta dos três Poderes da República, o que comprova não só a legitimação desses Poderes, mas também a consolidação institucional e Constitucional dos mesmos.
Ao condenar o ex-Presidente Lula, o Poder Judiciário mostra a sua independência e assenta mais uma vez o seu papel de aplicador das leis, demonstrando que ninguém está acima delas, nem mesmo um dos maiores líderes políticos da historia deste País.
O processo de impeachment do atual Presidente Michel Temer, mesmo que ainda não deflagrado (e pode nem mesmo vir a sê-lo), é uma realidade possível (considerando os vários pedidos existentes), estando o Congresso Nacional vivendo um intenso embate político, onde forças político-partidárias se digladiam diuturnamente em busca de apoio e de conquista de espaço e poder, sem qualquer interferência do Judiciário.
Por seu turno, a aprovação da Reforma Trabalhista, projeto de iniciativa do Executivo, como uma das medidas necessárias ao enfrentamento da crise econômica, como uma alternativa à geração de empregos, mesmo contando com restrições dos Sindicatos e do próprio Poder Judiciário Trabalhista, e ainda com manifestações e protestos nas ruas e dentro do Congresso, comprova a força que o Executivo detém nessa configuração Democrática atual.
Assim, acima das discordâncias político-partidárias, da voz das ruas de parte da população, dos prós e contras que são discutidos e apresentados pela imprensa e através das redes sociais, o país começa a dar mostras de que poderá sim enfrentar e superar todos os assaques que lhe têm sido perpetrados nos últimos anos, amparado que está pela força Constitucional de suas instituições democráticas.