Durante toda esta semana, estudantes e profissionais do Direito e demais públicos interessados tiveram a oportunidade de participar de dois eventos importantes organizados por instituições de ensino jurídico da capital. O primeiro, a Semana de Direito e Tecnologia, aconteceu no período de 03 a 07, e foi organizado pela OAB/PI, através da Escola Superior de Advocacia – ESA/PI. Já o segundo é organizado pela Faculdade Uninassau, que realiza o III Congresso Piauiense de Direito e traz como temática principal “O poder das multidões conectadas”, evento que segue até este sábado, 08.

Como se vê, dois eventos que têm como atrativo maior a transformação digital, a sociedade conectada e o papel do Direito e do profissional da área jurídica nesse maravilhoso mundo dos algoritmos.  Eu tive a oportunidade de participar dos dois como palestrante, ocasião em que abordei sobre “Inovações do Direito na Era Digital” e “Território digital: Oportunidades e riscos para as empresas”.

Os últimos dois anos de pandemia nos mostraram de forma dolorosa a urgência de se democratizar e ampliar o acesso às novas tecnologias. Por isso, é inegável a necessidade desse debate não apenas entre os muros da academia, mas também e principalmente fora dela, com a sociedade, com o cidadão comum.

Capacidade de adaptação, reestruturação, mudança de mentalidade e de cultura se transformaram em palavras de ordem e é impossível ficar alheio à revolução tecnológica que vivemos e mais ainda à velocidade com que elas acontecem, seus impactos e interferências: nas empresas, nas instituições jurídicas, na política, na economia, na saúde, na educação, na segurança, enfim, em todos os setores da vida em sociedade, inclusive, na forma de se relacionar. Porque a transformação digital é um caminho sem volta.

Para as empresas, ela corresponde a uma transformação em que se mudam os processos de negócios através da tecnologia digital.  Para ser mais claro, as empresas buscam transformar os seus negócios, adequando-se ao mercado, às oportunidades que surgem, aos interesses dos clientes, e também aos interesses dentro da própria empresa relacionados aos seus empregados, colaboradores, enfim, a transformação digital implica em um processo de modernização, de inovação no modo de trabalhar e também de se relacionar; e afeta todos os stakeholders.

Ampliando essa abordagem para advogados e juristas, eles são afetados pela tecnologia digital, na medida em que estas ferramentas são utilizadas. Hoje, os processos já são eletrônicos e os Tribunais estão cada vez mais se modernizando e trazendo para o ambiente jurídico essas novas ferramentas visando dar uma maior celeridade ao processo, reduzindo custos e auxiliando na gestão, dentre outros benefícios que impactam na melhoria dos resultados do trabalho, mas principalmente no que isso representa para o cidadão comum no acesso à justiça.

Então, se a gente pensar em transformação digital nos Tribunais, ela corresponde ao interesse do órgão em mudar os seus processos internos, visando satisfazer os interesses dos clientes, que são os advogados e as partes, no caso a sociedade; e os servidores que trabalham dentro desse ambiente dos processos judiciais. Estes são os maiores interessados para que haja maior celeridade nos processos – que é o que todo mundo deseja – e as ferramentas digitais, sem dúvida, são utilizadas com essa finalidade.

Advogados e juristas, portanto, precisam conhecer e entender essas novas tecnologias digitais, porque são recursos disponíveis para todas as profissões e profissionais, seja para otimização do seu trabalho seja como ferramenta de gestão do escritório ou empresa e também da própria carreira.

Como destaquei acima, um exemplo ilustrativo da importância das plataformas digitais ou virtuais foi a pandemia, que acelerou um processo que vinha caminhando a passos lentos e de uma hora para outra, órgãos públicos e privados tiveram que implementar e se adaptar à nova realidade que se impôs sem aviso antecipado.

Então, o advogado do futuro precisa acompanhar, precisa estudar e precisa ficar constantemente atualizado nesse ambiente digital. Isso, não só se faz importante por um processo natural que decorre da transformação e evolução por que passa a sociedade, mas também para a própria sobrevivência profissional, no sentido de conseguir melhores resultados e serviços, diante desse cenário que é também do mundo do Direito enquanto profissão necessária para administração da Justiça.