Na hora de escolher em quem votar alguns únicos fatores deveriam importar. O primeiro deles é subjetivo, em relação à pessoa do candidato, seus valores pessoais, suas ideias e opiniões, assim como sua trajetória de vida profissional, social, familiar e política. O segundo aspecto é objetivo: proposta de governo, aliados e nomes que ocuparão pastas essenciais em sua gestão.

No que tange à vertente objetiva da análise, o eleitor precisa verificar ainda se as propostas são viáveis ou fantasiosas, se são genéricas demais ou se de fato se apresentam como algo factível e específico para efetivamente resolver um determinado problema.

As propostas genéricas demais só podem ser admitidas se acompanhadas de substratos específicos que coadjuvarão para que as (propostas) gerais sejam atendidas. Não se pode, por exemplo, prometer “retomar o crescimento” sem que haja uma explicitação da forma e do modo como esse crescimento será retomado. Muitos poderiam ser os exemplos, às vezes mais intrigantes ainda, como “voltar a ser feliz”.

O eleitor, porém, precisa cada vez mais estar consciente do que significar votar e escolher alguém para dirigir os destinos da nação. Para tanto é necessário que o eleitor busque as informações, analise as propostas e a viabilidade das mesmas, tanto no plano social, quanto econômico e político. Desse modo se pode evitar propostas demagógicas ou mesmo absurdas.

Hoje, dois candidatos disputam a presidência do Brasil em um segundo turno e o que menos se tem analisado são as propostas. Os discursos, cada vez mais inflamados, de ambos os lados, se voltaram para aspectos excludentes e que têm o condão apenas de criar animosidades, intolerância e desrespeito. Tais pontos ultrapassaram o limite da política e passaram a também permear as relações entre as pessoas na sociedade.

O discurso de apoio a um ou outro candidato passou a tomar o rumo da força, não do argumento, das ideias, mas da agressão verbal e física, o que é muito ruim!

Ao que parece os eleitores se encontram numa encruzilhada, tal qual Alice no País das Maravilhas, mas às avessas. Lá, na Obra de Lewis Carroll, ao deparar-se com uma encruzilhada, Alice, sem saber para onde queria ir, perguntou ao Gato aonde aqueles caminhos iriam dar. O Gato respondeu: – Para quem não sabe para onde quer ir, qualquer caminho serve.

O eleitor, pelo que se tem visto, parece se encontrar na mesma encruzilhada de Alice, sem saber aonde o caminho que escolher irá chegar. Todavia, diferentemente de Alice, o eleitor sabe o caminho que quer seguir, mas muito mais pela exclusão do outro que pela certeza do primeiro passo que deverá dar ao confirmar o voto na urna.