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O significado do depoimento de Lula para a Democracia: Uma análise apartidária

O depoimento do ex-presidente Lula no processo em que é acusado de ter recebido um apartamento da Construtora OAS como propina em troca de contratos junto à Petrobrás, na época em que Lula era o Presidente da República, demonstra, acima de tudo, que ninguém está acima da Democracia. Comprova, ademais, que em um Estado Democrático de Direito como o Brasil, o povo é o seu principal alicerce e que é através das instituições legalmente constituídas que a Democracia se sustenta. De fato, não há razões para querer se impedir que alguém se submeta à lei e às instituições.
O cidadão, por exemplo, que deixar de pagar um imposto, pode ser convocado a comparecer perante a Receita Federal para prestar esclarecimentos e se houver suspeita de que houve sonegação fiscal, pode vir a responder criminalmente por isso. É claro que deverá ser ouvido em respeito aos princípios da ampla defesa e do contraditório, constitucionalmente garantidos. Por que um político não deveria submeter-se às mesmas normas? Não faria o menor sentido, salvo se se estivesse em um Estado de exceção, o que não é o caso.
É necessário, porém, fazer uma ressalva contra os abusos e os exageros que, quando praticados por estas mesmas instituições, podem fazê-las trasmudar de Democráticas para ditatoriais. Eis aí o risco dos excessos! E isto é muito grave. Nas ditaduras é que crimes são praticados em nome da Justiça e da verdade, é onde o abuso de poder se põe acima das leis. Tais fatos jamais poderão ocorrer em uma Democracia.
A presunção da inocência, nesse caso, é o princípio que dá respaldo à Democracia e à legalidade, considerando que ninguém pode ser considerado culpado sem a existência de um devido processo legal.
A população não pode cair na armadilha lançada em nome de uma ética duvidosa, que se coloca acima do Direito.
O cidadão, qualquer que seja ele, mesmo um ex-presidente da República, pode sim ter que responder a um processo, mas não pode ser considerado culpado antes de uma decisão judicial, no mínimo reiterada por um Tribunal de 2ª Instância, segundo mais novo entendimento do STF. A inversão da ordem de que ninguém é culpado até que se prove o contrário, para todos são culpados até que provem suas inocências fere de morte o Estado de Direito e põe em risco sobremaneira a Democracia.
Assim, se o ex-presidente for culpado pelos crimes dos quais é acusado, que responda por eles na justa medida da lei, assim como deve ocorrer com qualquer cidadão, mas não se pode condena-lo previamente, antecipadamente. O pensamento aqui não possui qualquer átimo partidário, é só Direito Constitucional puro e simples!
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Habeas corpus garante liberdade de cidadão

Muito se ouve falar em habeas corpus para tirar alguém da prisão ou evitar que uma pessoa seja presa. Mas o que esse documento, de fato, significa, poucos sabem. De acordo com o advogado especialista em Direito Constitucional, Campelo Filho, o habeas corpus é um instrumento de garantia da liberdade de um cidadão, que pode ser utilizado em casos de possíveis ilegalidades na prisão.
Ele é um direito assegurado pela Constituição Federal no artigo 5° inciso LXVIII, onde diz que o habeas corpus pode ser concedido sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
Campelo explica que o documento é uma medida de segurança para defender o cidadão que está prestes a ser preso ou que já se encontra em cárcere privado. “É uma ação judicial utilizada quando identificamos que determinada pessoa não poderia ser presa em certas circunstâncias atribuídas por decisão de ilegalidade ou de abuso de poder”, destaca.
O advogado comenta ainda que, no meio judicial, o habeas corpus é conhecido como “remédio heroico”, justamente por ter o poder de liberar a pessoa e garantir que ninguém atente contra a sua liberdade.
A exemplo, ele cita o caso de pessoas que estão presa há mais tempo do que o devido. Com o habeas corpus, o advogado consegue a liberdade do cidadão, mostrando que ali há uma ilegalidade e que a pessoa precisa ser libertada. Campelo ainda destaca que qualquer pessoa pode assinar o documento, não precisa ser obrigatoriamente o advogado.
Além de tirar uma pessoa da prisão, ele também pode evitar que alguém ingresse no cárcere privado. “Nem precisa estar preso, basta a pessoa estar sofrendo ameaça de prisão por irregularidade ou abuso de poder. Nós produzimos um habeas corpus preventivo e impedimos que o cidadão continue sendo vítima de ameaça”, explica.
O advogado comenta também o caso do ministro acusado de envolvimento na Lava Jato, José Dirceu, que teve habeas corpus concedido na última terça-feira (2) e, por isso, foi solto. “Os advogados podem ter utilizado como argumento o fato de ele já ter idade avançada, ou estar doente e não apresentar mais perigo para a sociedade por estar afastado de tudo, ou por não ter provas consistentes e que, por isso, não tem razão de ele estar preso ali”, analisa.
*Matéria publicada no Jornal O Dia, edição do dia 04 de maio de 2017.
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Temer deve renunciar?

A pergunta que intitula o presente texto foi a que mais ouvi na última semana. Se eu fosse respondê-la com base em um debate ideológico, de esquerda ou de direita, de oposição pela oposição em si, chegaria à conclusão de que ele deveria sim renunciar, como também de que não, ele não deveria renunciar! Um paradoxo explicado pelo pensamento binário ocidental, onde sempre há duas respostas antagônicas para a realidade social: é o mal em oposição ao bem; o injusto ao justo; o errado ao certo, etc. A própria sociologia tem sido estudada com base em dois vieses: um positivista e outro crítico. E é por isso que eu posso encontrar respostas à pergunta (se Temer deve renunciar?) que serão antagônicas à medida que quem responde, assim o faz com base em um pensamento ideológico, mesmo que inconscientemente.
Mas é possível abstrair a ideologia do pensamento individual? Sim, mas desde que eu consiga abstrair do pensamento qualquer interesse (ideológico ou não) individual meu.
Penso, todavia, especialmente para o caso, que antes de responder se Temer deve ou não renunciar, deve-se perguntar o que é melhor para o país. Esta é a pergunta prévia que deve necessariamente anteceder à resposta ao principal questionamento. Mas quem pode dizer o que é melhor para o país? Melhor em que aspecto? Social, político ou econômico?
A renúncia a um direito é um ato unilateral da vontade. Assim, a avaliação sobre o que é melhor para o país deveria ser feita pelo próprio detentor do direito de estar Presidente da República, no caso Temer.
Nesse sentir, a decisão de Temer deve ser altruísta, abstraída de seu interesse pessoal enquanto político, como sempre devem ser as decisões tomadas por aqueles que deliberam em nome de outrem. E o que dizer dos que são constitucionalmente alcunhados de representantes do povo? Maiores razões ainda haveria para que suas decisões fossem tomadas nos interesses dos representados.
Se Temer decidir por renunciar, seja em que momento for, figurará aos olhos de parcela ideológica da sociedade como uma confissão da prática de crimes, para outra parcela da população, igualmente ideológica, poderá significar uma fraqueza. Outros pensamentos ideológicos poderão emergir, mas em todos haverá uma crítica à decisão.
A questão, assim, é que no debate ideológico há uma roupagem que esconde o real interesse que é impor seu pensamento em detrimento do pensamento do outro. No debate ideológico não há possibilidade de composição de interesses em prol de um bem comum, pois a ideologia se alimenta da própria luta entre os opostos.
Nesse diapasão, a renúncia para Temer é ruim, seja em que configuração política ela se dê.
Por isso que a análise que deverá fazer, para tomar a decisão pela renúncia ou não, possui o caráter altruísta que assinalei. Temer não pode pensar em si, nem em seu partido político, nem em qualquer outro pensamento ideológico se quer tomar a decisão acertada. Deve pensar, pois, sobre o que é melhor para o país! Mas é possível pensar abstraindo-se do pensamento ideológico?
Mas os que pedem a renúncia têm pensado no país ou em seus interesses individuais? E os que defendem que Temer permaneça no poder também não têm pensado apenas em si mesmos? Eis aí o erro de todos, considerando que, como já disse, o que deve ser pensado é sobre o que é o melhor para o Brasil, sem ideologias ou partidarismos.
Confesso não ter visto qualquer análise sobre a repercussão socioeconômica de uma eventual renúncia de Temer. Este, em realidade, deveria ser o debate prévio a ser realizado. Pedir a renúncia de Temer ou pugnar pela sua manutenção no Poder pode significar um tiro no pé, já que não há respostas sobre as consequências desse ato de renúncia.
Foto: EVARISTO SA / AFP
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O fechamento de uma empresa vai muito além do desemprego que gera!

Crise é a palavra que mais se ouve nas redes sociais e a que mais se vê nos jornais. Ontem me deparei com a notícia veiculada no Jornal O DIA sobre o fechamento de uma rede de farmácias no Piauí, que culminou com a perda de cerca de 300 empregos diretos.
Quando se perde um emprego por alguma razão inerente ao próprio desempenho das funções pelo empregado, relacionado à baixa produtividade ou comportamento inadequado, por exemplo, a conformação pessoal se dá com mais naturalidade, já que a própria consciência reconhece as deficiências e/ou falhas. Porém, quando o desemprego bate à porta por conta de uma crise econômica, atrelada, além de outros fatores econômicos, aos desmantelos políticos e a uma corrupção institucionalizada no país, a dor custa muito a sarar e dessa dor surge a revolta e daí as consequências são imprevisíveis… O Estado precisa enxergar esse problema social!
Uma pena para as famílias destes novos desempregados, um prejuízo incalculável se se considerar o abalo psicológico que se sofre quando se perde a sua única fonte de renda, muitas vezes sustento de toda uma família.
Mas o desemprego em massa ocorrido com o fechamento da rede de farmácias traz mais consequências, não afetando apenas o empregado e seus familiares: a sociedade inteira resta prejudicada. Explico.
Toda empresa cumpre uma função social, afinal gera empregos, movimenta a economia, estimula o crescimento, capacita os indivíduos, enfim, gera desenvolvimento, não apenas econômico, mas também social. A empresa gera, na verdade, um desenvolvimento social e econômico em cadeia.
De fato, a empresa fornece, por exemplo, vale transporte aos empregados, que utilizam o transporte coletivo, que já é realizado por outras empresas que empregam motoristas e mecânicos, dentre outros, que também adquirem peças e pneus, que são produzidos por uma indústria, que também emprega pessoas, e que adquire matéria prima de outras empresas, que também empregam, e assim sucessivamente…
Os empregados que foram demitidos da rede de farmácias que fechou as portas têm ainda filhos que estudam em escolas particulares, têm contas a pagar no comércio, contas que podem ter sido feitas no último fim de semana por ocasião dos dias das mães, contas em quitandas, têm aluguel a pagar, energia, água, enfim, contas que poderão não ser pagas, gerando também prejuízo para todas estas demais empresas que forneceram produtos e/ou serviços àqueles (des)empregados!
As empresas não estão isoladas no mundo, estão mais do que nunca conectadas, interligadas e quando uma é afetada pela crise, todas as demais também o são. Mesmo que umas mais outras menos, o certo é que ninguém está imune ao problema. Na verdade, o problema é de todos nós!
O Estado precisa enxergar esse problema social, repito, e adotar medidas que constituam também em salvaguardas para que as empresas possam superar as crises e com isso manterem os empregos, não permitindo que haja um desequilíbrio na cadeia a que me referi. O Estado precisa reconhecer a função social da empresa, precisar sair da sua conformação pública e burocrática e ir ter com o empresário, discutir seus problemas e soluções. O Estado precisa superar essa dicotomia público-privada e reconhecer que, na realidade, somos todos apenas um. O fechamento de uma empresa pode significar, e significa, muito mais que o desemprego que gera!
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A Qualidade do ensino jurídico é tema de audiência no CFOAB

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil realizou nesta terça-feira (06), a segunda audiência pública para debater as novas diretrizes curriculares para o curso de Direito. Em especial, o objetivo do Encontro, é discutir as principais propostas para reformulação dessas diretrizes curriculares que estão em trâmite no Conselho Nacional de Educação – CNE.
O advogado piauiense e membro da Comissão Nacional de Educação Jurídica da OAB, Campelo Filho, participou da mesa de debates e defendeu a necessidade de mudança das grades curriculares. “São muitos cursos de Direitos e, hoje, no país já são mais de 1 milhão de advogados no país inteiro. Isto, sem falar no elevado índice de reprovação e envolvimento de advogados em crimes de corrupção”, disse Campelo Filho. Para ele, este é um tema que não se esgota nesta audiência pública e OAB e MEC precisam se unir no sentido de reformulação do ensino jurídico no país.
O secretário geral adjunto do CFOAB, Ibanês Rocha, representou o presidente Carlos Lamachia e destacou que o momento é propício para a discussão do tema. “Nos últimos 20 anos, o país tem vivido um aumento exponencial do curso de Direito. Essa é, pois, uma oportunidade de se debater essa atualização do currículo, de forma a melhorar cada vez mais a qualidade do ensino jurídico no país”, destacou Ibanês.
Questões como duração do curso, carga horário, residência jurídica, bem como as novas temáticas no ensino jurídico, diferenças regionais e até mesmo entre áreas de formação superior foram colocadas na mesa de debates. “Cada região tem suas peculiaridades. E vamos pensar que as necessidades da OAB são diferentes da Medicina, da enfermagem, da engenharia ou de qualquer outra área profissional, então, temos que respeitar as peculiaridades de cada profissão, que vão caminhando para o que for mais apropriado”, destacou o Conselheiro do CNE, Antônio Freitas.
Ele também ressaltou a importância do evento, bem como a contribuição da OAB, do CNE e das instituições de ensino superior na discussão dessas diretrizes. “Temos que olhar para o futuro. Não saberemos o que estará valendo daqui a 10, 15 anos e é importante que tenhamos uma boa base jurídica hoje. As perfumarias entram e saem, mas tem coisas que são permanentes e que para nós são importantes”, disse Freitas.
Também compuseram a mesa de debates, o presidente da Comissão Nacional de Educação Jurídica, Marisvaldo Cortez, o presidente da Comissão Nacional de Exame de Ordem, Rogério Varela, o vice-presidente da Comissão Nacional de Educação Jurídica, Luiz Felipe de Magalhães, e a vice-diretora da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, Adriana Rancona.

 

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O fim da Ideologia Partidária no Brasil e a necessidade de uma Reforma Política

A ideologia pode ser conceituada, dentre tantos conceitos existentes, como sendo uma deformação da realidade, como algo (ideias) que travestem a realidade com uma falsa noção do real, daquilo que verdadeiramente é (ou deveria ser). A ideologia marxista, por exemplo, que é a que mais se destacou ao longo da história, pugnava pelo socialismo, em contraposição ao individualismo liberal.
Os ideólogos marxistas entendiam que o socialismo era a forma ideal de organização política, social e econômica, mas que terminou por sucumbir com a queda do Muro de Berlim (1989), quando houve a unificação das Alemanhas (Ocidental e Oriental) e o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS. Mas a ideologia marxista se transformou e se transforma. Há quem a defenda tenazmente, mesmo que com uma abordagem pós-marxista, mas com uma base ainda fundada em preceitos fundantes daquela ideologia que terminou por dividir também o mundo político entre Direita e Esquerda.
E é nesse caminhar histórico que ainda se mantêm os partidos políticos que se auto intitulam de Esquerda ou de Direita, evidente que com os vários matizes adjetivantes, que ora abrandam, ora acentuam, seus respectivos significados. E não é incomum ouvir partidos políticos sendo caracterizados como de Centro Esquerda ou de Extrema Direita.
Especificamente no Brasil, a ideologia partidária restou acentuada no século passado e não poucas lutas foram deflagradas, tendo se chegado ao ponto até de se fundar uma Ditadura tendo como uma das justificativas a necessidade de se combater o avanço do Comunismo no país.
A questão, contudo, é que ao longo da história (pós-Constituição de 1988), os partidos políticos brasileiros, tanto de Esquerda quanto de Direita, cada um com seus próprios fundamentos, defendiam suas ideologias, as quais se revestiam de ideias e propostas que se contrapunham umas as outras, possibilitando que os cidadãos pudessem analisa-las, sopesa-las e, nas urnas, deliberassem por aquilo que melhor atendesse as suas expectativas. Mas, hoje, o que há? Que ideologias? Que partidos políticos? Efetivamente, nos mais de vinte partidos políticos existentes no
Brasil não se consegue enxergar ideias claras ou posições coerentes, tampouco afiliados que possuam pensamentos, ações ou discursos que se afinem com os fundamentos ideológicos do partido político de que são partes. E por que isso não há mais?
Os adeptos da ideologia marxista, como de qualquer outra ideologia, eram (são) pessoas que têm, normalmente, pensamentos e comportamentos que se alinham entre si. Possuem uma forma (ou um modo) de pensar que não distam uns dos outros. Estão todos com suas falas em uníssono. O ponto crucial é que seus objetivos coincidem e encaminham todos para um mesmo fim, aquele que entendem como o melhor para todos.
No Brasil, porém, os partidos políticos perderam suas identidades e se transformaram em depositários de votos e de poder, não de pessoas e de ideias. E com isso se instaurou no país um partidarismo individualista, onde os interesses pessoais são o mais importante, onde os ideais perderam espaço para os discursos falaciosos e retóricos, como instrumento de dissimulação dos seus reais desejos.
De fato, não há como fugir dessa triste realidade: os partidos políticos no Brasil estão vazios de significados e repletos de contradições e de interesses espúrios. Por isso a necessidade de uma reforma política profunda, uma reforma que resgate o ideário partidário, aquele que pugna por uma realidade social que, segundo uma convicção fundamentada, entenda a ideal, mesmo que utópica.
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A guerra social é a pior das guerras!

Vivemos uma época muito difícil no mundo. Parece que um vulcão adormecido entrou em erupção e colocou todos em desespero em busca de salvação. Cada um corre para um lado que entende que estará a salvo. Os espaços vazios diminuem e as pessoas passam a lutar uns contra os outros. Os interesses deixaram de ser coletivos, são antes individuais, desagregadores e de secessão. A cada três segundos, segundo a ONU, uma pessoa migra, deixa seu lar, sua família, sua pátria! Só há intolerância, os discursos se acirram, e se tem deflagrada assim uma guerra social mundial. A guerra social é a pior das guerras!
Em pleno século XXI, 2017 anos da denominada era cristã e o homem retorna ao período da ignorância total, da incompreensão e da miséria, miséria que afeta literalmente milhões de pessoas, que passam necessidade extrema, sem moradia, sem qualquer assistência social.   É a miséria da humanidade inteira, pois não pode haver paz social alguma, em lugar nenhum, enquanto milhões sofrem a dor do abandono social.
Os países ricos, e aqui se inclui o Brasil, claro, estão agora sentindo os efeitos dessa guerra social mundial. As migrações de pessoas que vêm de todas as partes, mormente dos países mais pobres e dos países miseráveis também, trazem consigo uma parte de seus problemas locais, os quais se somam aos problemas internos dos países receptores.
Mas como disse, o problema é de toda a humanidade e não se pode virar às costas como se não tivesse relação alguma com estas questões. Desse modo, se o problema é da humanidade inteira, todos precisam enfrenta-lo!
A guerra social mundial, assim como afeta a todos, reclama também uma postura ativa de todos no seu combate. O abandono e o descaso, como já se viu, não leva a parte alguma, ao contrário, traz para si uma maior afetação que faz com que a humanidade inteira caminhe para o seu fim!
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Os três elementos variáveis da compreensão da política: o quem, o como e o onde

A política é uma ciência que para ser compreendida precisa ser analisada tomando por base algumas peculiaridades inerentes ao investigador. É que a análise depende do olhar: de quem olha, de como olha e de onde se olha. Considerando que estes três olhares são realizados de forma concomitante, já que inseridos na própria condição de observador, tem-se uma perspectiva de análise com relativa complexidade.
De fato, o político tradicional, por exemplo, ao observar a política traz consigo uma ideia de política articulada mediante alianças e interesses partidários. Este mesmo político olha a política como um instrumento de articulação de trocas e de realização social e econômica, e todo o seu olhar é realizado de uma posição interna, de dentro do próprio meio político em que está inserido, onde facilmente compreende as idiossincrasias que a envolvem. Não é raro ouvir de políticos, quando questionados sobre algumas decisões de Governo, justificar com o argumento de que se tratava de uma questão política.
Um cidadão comum, por sua vez, mesmo com meridiano conhecimento sobre o funcionamento da sociedade e do Estado, ao observar a política, a enxerga com desconfiança, entendendo que a política serve para atender apenas a interesses pessoais e como instrumento de manipulação da sociedade. Este cidadão olha a política de fora, distante das nuanças que a envolvem e sem conhecer os meandros políticos, partidários e institucionais. Assim, quando manifesta sua posição sobre determinada decisão de Governo, principalmente quando é contrário à decisão, responde ser uma decisão absurda, quando não ilegal. É claro que aqui estão inseridos os elementos de visão de mundo, de convicção pessoal e, sobretudo, de valores morais e éticos que carrega consigo.
Isto é a política, repleta de olhares e contradições, mudando a cada dia, variando conforme o quem, o como e o onde do seu observador. E é por isso que se torna complexo compreender o porquê do impeachment de uns políticos e de outros não. As respostas sempre estarão atreladas àqueles três elementos, e também é por isso que não há verdade absoluta em política, tampouco mentiras, pois tudo depende de fatores que estão dentro de cada um e de todos, fatores que podem se transformar, conforme se muda o olhar ou a posição.
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Reforma Trabalhista, condenação de Lula e Impeachment de Temer: Quer mais?

O que há em comum nestes três eventos que encabeçam este artigo? A princípio se poderia afirmar que um caos generalizado toma conta do Brasil, afinal o país corre o risco de ter mais um Presidente a responder a um processo de impeachment, acusado que é de prática de crimes comuns e de responsabilidade, o juiz federal Sergio Moro condenou o ex-Presidente Lula a 9 anos e 6 meses de prisão, por corrupção passiva, tornando-se o primeiro ex-mandatário maior da nação a sofrer uma condenação criminal e, por fim, foi aprovada a Reforma Trabalhista, sob marchas e protestos nas ruas, que alterou cerca de uma centena de dispositivos da Consolidação das Leis Trabalhistas, que vigia desde meados do Século passado. Tudo isto, em apenas uma semana, demonstra a situação de crise que o país atravessa!

Mas é preciso analisar todos estes episódios com outro sentimento, não de caos e desordem, mas de esperança por um porvir menos catastrófico e com a certeza de que há no Brasil uma Democracia bem institucionalizada.

De fato, em que pesem as muitas críticas ao sistema democrático brasileiro, que demanda urgente uma reforma política, não se pode deixar passar à margem que nos três episódios citados houve a participação direta dos três Poderes da República, o que comprova não só a legitimação desses Poderes, mas também a consolidação institucional e Constitucional dos mesmos.

Ao condenar o ex-Presidente Lula, o Poder Judiciário mostra a sua independência e assenta mais uma vez o seu papel de aplicador das leis, demonstrando que ninguém está acima delas, nem mesmo um dos maiores líderes políticos da historia deste País.

O processo de impeachment do atual Presidente Michel Temer, mesmo que ainda não deflagrado (e pode nem mesmo vir a sê-lo), é uma realidade possível (considerando os vários pedidos existentes), estando o Congresso Nacional vivendo um intenso embate político, onde forças político-partidárias se digladiam diuturnamente em busca de apoio e de conquista de espaço e poder, sem qualquer interferência do Judiciário.

Por seu turno, a aprovação da Reforma Trabalhista, projeto de iniciativa do Executivo, como uma das medidas necessárias ao enfrentamento da crise econômica, como uma alternativa à geração de empregos, mesmo contando com restrições dos Sindicatos e do próprio Poder Judiciário Trabalhista, e ainda com manifestações e protestos nas ruas e dentro do Congresso, comprova a força que o Executivo detém nessa configuração Democrática atual.

Assim, acima das discordâncias político-partidárias, da voz das ruas de parte da população, dos prós e contras que são discutidos e apresentados pela imprensa e através das redes sociais, o país começa a dar mostras de que poderá sim enfrentar e superar todos os assaques que lhe têm sido perpetrados nos últimos anos, amparado que está pela força Constitucional de suas instituições democráticas.

 

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O tempo: uma incógnita perfeita que avança inexoravelmente

Nunca me atrevi a falar sobre o tempo. Nem poderia! Tempo que tantos filósofos enfrentaram e que muitos concluíram pela sua incompreensão. O que eu poderia dizer?
Mas as reflexões, quando oriundas de um pensar amadurecido, sempre podem acrescentar algo e é assim que me aventuro a enfrentar, mesmo que brevemente, tão maravilhoso tema. É como mergulhar em um oceano ou penetrar no espaço, em qualquer hipótese, sempre haverá algo a descobrir!
Assim, tomei quinze anos como referência, a princípio: É um período muito curto se se levar em consideração o surgimento do homem, da mesma forma que o tempo de existência do homem se torna ínfimo comparado à do Universo. Mas em quinze anos pode-se ter a história de uma vida!
De fato! Uma criança se torna adulta, uma menina se torna mulher e um ancião padece! Em quinze anos o jovem constrói a sua vida e se torna verdadeiramente homem, da mesma forma que a destrói. Uma família se edifica, filhos e netos nascem. Uma família se desfaz e outra é construída, em quinze anos! Perde-se pai e mãe, avós, muitos que se vão e deixam saudades. Em verdade, tudo pode acontecer em quinze anos. Em tão pouco tempo… Vidas vão e vêm! Em tão pouco tempo, tão pouco tempo… Mas é um tempo em que tudo pode acontecer; e acontece!
Um segundo que seja, também pode durar uma eternidade. Depende para quem aquele segundo passa. Um segundo pode significar um último suspiro de vida ou o primeiro sopro. Em um segundo vidas se levantam e tantas outras se esvaem.
O tempo: uma incógnita perfeita que avança inexoravelmente. Esta é a Lei do Tempo. Que perdoa e que corrige!
Quando se anda atrás do tempo, este é tirano e implacável; quando se está à frente dele, o tempo é amigo fiel! A questão, pois, é definir onde se quer estar em relação ao tempo, se à frente ou atrás. O tempo estará ali, onde se quer que ele esteja.
Mas quanto não se tem corrido, ao longo da história do homem, atrás do tempo? Não será esta uma das razões pelas quais o homem vem padecendo tristemente sobre a Terra? A ditadura do tempo não perdoa. Com seus devoradores cruéis, aos que mais estão atrás, o tempo tirano toma-lhes o tempo que ainda resta. É a autofagia do tempo.
Saber adiantar-se ao tempo é um dos conhecimentos mais importantes que há. É aprender a construir o próprio caminho olhando para ele, edificando-o como a um edifício que não terá fim, mas que também jamais tombará, mesmo que o tempo para construí-lo se finde.
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