Segundo dados de maio de 2025, o Brasil tem 154 milhões de eleitores aptos e 1,2 milhão deles têm menos de 18 anos. Em 2024, 1,8 milhão de jovens de 16 e 17 anos votaram nas eleições municipais. Nas Eleições Gerais de 2022, 2,1 milhão de eleitoras e eleitores nessa faixa etária foram às urnas. Os números são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e refletem um maior interesse e, consequentemente, uma maior conscientização da juventude brasileira sobre seu papel nos processos que definem os rumos do País.

 

Nesse cenário, iniciativas como o Projeto Agentes de Cidadania, promovido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) por meio da Escola Judiciária Eleitoral (EJE) em cooperação com a Universidade Federal do Piauí (UFPI), tornam-se não apenas relevantes, mas indispensáveis.

 

O projeto, que já está na sua 11ª edição, nasceu em 2014 a partir da experiência bem-sucedida do Jovem Eleitor na Escola e diante da necessidade de ampliar o alcance da educação para a cidadania. Ao perceber o potencial dos acadêmicos de Direito de Teresina, a Escola Judiciária Eleitoral encontrou neles aliados estratégicos para multiplicar o conhecimento. Surgia, assim, o Agentes de Cidadania: estudantes capacitados para dialogar com jovens e comunidades sobre democracia, cidadania, eleições e a importância do voto consciente.

 

A metodologia combina seleção criteriosa, capacitação e acompanhamento, garantindo que o trabalho seja realizado com rigor técnico e sensibilidade social, uma proposta que vai além de palestras. Ela representa a criação de uma ponte entre o mundo acadêmico e a realidade social. De um lado, os universitários têm a oportunidade de colocar em prática os valores cívicos e a responsabilidade social inerentes à formação jurídica. Do outro, estudantes do ensino fundamental e médio, bem como a comunidade em geral, recebem informações de qualidade sobre temáticas capazes de despertar senso crítico e fortalecer sua participação no processo democrático.

 

E os números mostram como esse trabalho é importante. Segundo pesquisa Datafolha, encomendada pela OAB em julho de 2025, 74% dos brasileiros acreditam que a democracia é sempre a melhor forma de governo, percentual que cresceu em relação ao levantamento anterior. O dado é alentador e reforça a responsabilidade de todos nós: transformar esse apoio em prática efetiva de cidadania, combatendo a desinformação e promovendo a participação popular.

 

A cada edição o Agentes de Cidadania demonstra que a democracia se fortalece não apenas nas urnas, mas sobretudo na educação política, no diálogo e na conscientização cotidiana. Se queremos uma sociedade mais justa e participativa, precisamos investir em experiências como essa, que valorizam a juventude, resgatam a importância do voto e reafirmam a cidadania como prática viva.

Deixo aqui meus parabéns ao presidente do TRE/PI, desembargador Sebastião Martins, ao vice-presidente Ricardo Gentil Eulálio, ao juiz federal e diretor da Escola Judiciária, Nazareno Reis, à diretora-geral Silvani Maia, à professora da UFPI e coordenadora do Projeto, Deborah Dettmam, e todos os demais parceiros do projeto, especialmente aos estudantes de Direito envolvidos nesta grande ação de cidadania.

 

Em tempo: a 11ª edição do Projeto Agentes de Cidadania foi lançada na última sexta-feira,15 de agosto, durante o evento Ação de Cidadania, promovido pela Escola Judiciária Eleitoral – EJE/TRE-PI. O evento contou com palestras sobre Cidadania e Eleições, ministrada pela professora doutora pela Universidade Federal do Piauí – UFPI, Deborah Dettmam Matos, coordenadora do Projeto Agentes de Cidadania; e Inteligência Artificial, proferida pelo juiz federal membro da Corte Eleitoral do TRE-PI, Nazareno César Moreira Reis, diretor da Escola Judiciária, professor e escritor.