Nunca foi tão necessário, como hoje, que os advogados e advogadas se unam em defesa dessa nobre e essencial profissão. A advocacia é um sacerdócio, exige dedicação, coragem e conhecimento, além da necessária integração entre a pessoa, o ser, e o ofício que abraçou como algo intrínseco à sua própria vida. Não são justos, e sem dúvida exagerados, os assaques que se tem feito a uma profissão que, em verdade, é o verdadeiro sustentáculo do Estado Democrático de Direito. Sem a advocacia, sem os direitos e as prerrogativas estabelecidas aos advogados, é a própria Democracia que está em risco.

Sem o advogado, os cidadãos estarão à mercê dos tecnocratas dos gabinetes, dos insensíveis e revoltados que não conseguem aceitar a essencialidade da advocacia para a manutenção e desenvolvimento de um Estado onde os direitos dos cidadãos sejam respeitados, ou melhor, onde os cidadãos tenham direitos mesmo.

A Constituição Federal de 1988 foi sábia, e o legislador constituinte valente, para, mesmo contrário aos interesses dos que não queriam conceber um Estado Democrático de Direito, estabelecer em seu artigo 133 que “O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão (…)”. Isso não pode ser esquecido nunca, assim como não se pode deixar que um átimo desse dispositivo Constitucional seja mitigado.

O advogado sofre constantemente pressões naturais do exercício natural de seu mister. É da natureza da profissão do advogado ter que lidar com as angústias, medos e indignações das pessoas, além de ter que lutar em processos judiciais onde as incertezas dos resultados e do próprio tempo de duração são uma variável constante. Mesmo assim, os advogados ainda têm que brigar, muitas vezes, para que seu trabalho seja reconhecido e que seus honorários sejam justa e legalmente fixados, o que nem sempre ocorre. Mas estes são apenas alguns dos problemas enfrentados.

Ainda assim, todos os dias, sem relutar, abnegados, os advogados estão nos fóruns e cartórios, todas as manhãs, isso quando não estão em seus escritórios, ou mesmo em suas casas, avançando pela madrugada, estudando, elaborando petições e buscando uma tese que possa “salvar” os interesses de seus clientes.

Não é nada fácil ser advogado, e hoje essa verdade é mais acentuada ainda, considerando não só o fato de que a OAB vem sofrendo constantes ataques, mas a própria instabilidade dos direitos e garantias fundamentais, que vêm sendo interpretados de forma a mitigar suas respectivas forças.

É nesse toar que o advogado tem que se reinventar todos os dias, buscar novos caminhos e novas perspectivas. Urge, porém, que lutem unidos na defesa dessa profissão nobre, importante, fundamental para a preservação do Estado Democrático de Direito, e para que os direitos constitucionais dos cidadãos não sejam letra morta em uma Constituição dita “cidadã”.